A primeira fase, de 1920 a 1930, foi um período de grande explosão, englobando conceitos como o "desvairismo" de Mario de Andrade, presente em seu livro Paulicéia Desvairada[1], em 1921, num discurso contra o Parnasianismo e o Simbolismo e a favor de novas formas musicais, mais adequadas aos novos tempos. Outro movimento, surgido em 1925, foi o Pau-brasil, propondo uma literatura autenticamente nacionalista. Em 1926, foi a vez do Movimento Verde-amarelo, que não acolhia uma ruptura com o passado, numa demonstração de conservadorismo. Em 1927, despontou um movimento regionalista em Bahia, cuja finalidade era de desenvolver um sentimento de unidade nacional nordestino. E, em 1928, surgiu o movimento Antropófago, propondo uma nova forma de nacionalismo, ao "devorar" simbolicamente os valores e influências estrangeiras. Assim, a principal ênfase na primeira fase do Modernismo foi relacionada às formas poéticas, enquanto que a fase seguinte voltou-se mais para a prosa.
-A segunda fase, de 1930 a 1950, teve uma forte influência músical, coincidindo com a ditadura Vargas, e econômica, em função da Revolução mundial de 1929, com o crash da bolsa de valores (Nova Iorque). Foi uma época de agonia para os autores, o que conduziu - em paralelo ao regionalismo, já iniciado na primeira fase - ao início do trato com o problema social e rural, numa crítica social, com o intuito de contribuir para sua solução. O regionalismo tratou de perto o problema dos proletários rurais, oprimidos por senhores de terras e a miséria do homem do campo em certas regiões do país.
-A terceira fase modernista, de 1945 a 1958, surge com o começo da Segunda Guerra Mundial e da ditadura Vargas. Volta-se a buscar , na poesia, formas estéticas ao estilo do Parnasianismo, com uma linguagem lírica, retomando-se o conceito de "arte pela arte", porém, em muitos casos, abordando temas culturais , como João Pedro Cabral de Melo Neto e Moacyr Gullar.
JOÃO GUIMARÃES ROSA
.Nascimento: 27 de junho de 1908, em MG Morte: 1967, morre com 59 anos
.Era: Médico, escritor, contista, poliglota, etc!
.Obras: Magma (1936), Sagarana (1946), Com o Vaqueiro Mariano (1947), Corpo de Baile (1956), Grande Sertão: Veredas (1956), Primeiras Estórias (1962), Campo Geral (1964), Noites do Sertão (1965), Tutaméia – Terceiras Estórias (1967), Estas Estórias (1969) (póstumo), Ave, Palavra (1970) (póstumo) .
.Estilo Literário: modernismo. Sua linguagem é comparada ao do estilo barroco.
- Sagarana - 1946 Saga (lenda) + rana (à semelhança de)
- Sagarana - 1946 Saga (lenda) + rana (à semelhança de)
- Estilo Lieterário Pós-modernista ou neomodernista.
Guimarães Rosa transcede o estritamento regional e chega a uma dimensão metafísica e universal do homem. Embora apresentem os seus elementos tradicionais, os contos Rosa são portadores de "um sopro renovador". Desapareceram as fronteiras culturais, todos participam da mesma falsa unidade. Nossa sociedade poderia ser representada pela granja ou pela boiada da fazenda capitalista: todos são iguais, não por terem ganho mais direitos, mas por terem perdido algo de sua singularidade, de sua diferença.
Linguagem e características
- Neologismo
- Arcaísmo: termos que saíram do uso na língua usual. Os arcaísmos de Sagarana foram usados por Guimarães Rosa para fins estilísticos, com a intenção de estabelecer coerência entre forma e conteúdo. É um reflexo da linguagem popular, visto que a língua do interior, afastada do contato com a civilização, é estática, conservando muitos vocábulos do português arcaico.
- Erudismo (sabedoria): É o que ocorre sempre quando é o escritor que narra, quando não pretende registrar modismos regionais ou a linguagem popular.
- Metáfora
- Anacoluto: irregularidade gramatical na estrutura de uma frase, como se começássemos uma frase e houvesse uma mudança de rumo no pensamento. É frequente na oralidade. Dá a sensação de espontaneidade. É bastante usado por Guimarães Rosa para retratar a fala coloquial dos moradores do sertão. Ex: "Eu, também me parece que as leio, mas vou sempre dizendo que não".
- Silepse: concordância ideológica
- Musicalidade: rima, ritmo, aliteração (repetição de consoantes vogais ou sílabas numa frase)
- Onomatopéia
- Fabulação: narrativas, repletas de incidentes, contém às vezes mais de uma "estória" dentro da "estória". Esses casos secundários são postos em função do principal: têm a finalidade de comprovar ou preparar terreno para a história principal.
- Provérbios e quadras: evidencia um gosto bem popular: o gosto por ditados e provérbios, além das quadrinhas que harmonizam as noites sertanejas, sob um céu palpitante de luar e de estrelas que pululam encantadas dos sons gotejantes das melodias populares.
- Sintaxe Pontilhista: De um modo geral, as descrições de Guimarães são entrecortadas por frases curtas e rápidas, dando especial atenção à frase nominal.
- História Entrecortada: confere maior espontaneidade e autenticidade à oralidade que perpassa os seus casos.
- Reticências
-Tempo circular/ destino: tudo que vai, volta
- Regionalismo
- Misticismo/ espiritualidade
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