quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Literatura Contemporânea

O discurso literário perde o sentido fechado que geralmente possuía no século passado. Ou seja, ele oferecia ao leitor apenas um sentido, uma interpretação. Agora, ele tem um caráter variado e polissêmico. Uma rede de significações, que permite múltiplos níveis de leitura. É a chamada obra aberta, obra que não apresenta univocidade, ou seja, que não se esgota numa única interpretação. Daí a impressão de modernidade que um romance como Dom Casmurro, ou um conto como Missa do galo, nos transmitem até hoje. Estrela da manhã, de Manuel Bandeira, por exemplo, é um poema representativo do polissenso da literatura contemporânea.Características da literatura contemporânea, como a relativização das certezas, a morte das utopias e a pluralidade temporal. Acredita ser esta uma tendência cada vez mais forte na literatura brasileira contemporânea

Modernismo

A primeira fase, de 1920 a 1930, foi um período de grande explosão, englobando conceitos como o "desvairismo" de Mario de Andrade, presente em seu livro Paulicéia Desvairada[1], em 1921, num discurso contra o Parnasianismo e o Simbolismo e a favor de novas formas musicais, mais adequadas aos novos tempos. Outro movimento, surgido em 1925, foi o Pau-brasil, propondo uma literatura autenticamente nacionalista. Em 1926, foi a vez do Movimento Verde-amarelo, que não acolhia uma ruptura com o passado, numa demonstração de conservadorismo. Em 1927, despontou um movimento regionalista em Bahia, cuja finalidade era de desenvolver um sentimento de unidade nacional nordestino. E, em 1928, surgiu o movimento Antropófago, propondo uma nova forma de nacionalismo, ao "devorar" simbolicamente os valores e influências estrangeiras. Assim, a principal ênfase na primeira fase do Modernismo foi relacionada às formas poéticas, enquanto que a fase seguinte voltou-se mais para a prosa.
-A segunda fase, de 1930 a 1950, teve uma forte influência músical, coincidindo com a ditadura Vargas, e econômica, em função da Revolução mundial de 1929, com o crash da bolsa de valores (Nova Iorque). Foi uma época de agonia para os autores, o que conduziu - em paralelo ao regionalismo, já iniciado na primeira fase - ao início do trato com o problema social e rural, numa crítica social, com o intuito de contribuir para sua solução. O regionalismo tratou de perto o problema dos proletários rurais, oprimidos por senhores de terras e a miséria do homem do campo em certas regiões do país.
-A terceira fase modernista, de 1945 a 1958, surge com o começo da Segunda Guerra Mundial e da ditadura Vargas. Volta-se a buscar , na poesia, formas estéticas ao estilo do Parnasianismo, com uma linguagem lírica, retomando-se o conceito de "arte pela arte", porém, em muitos casos, abordando temas culturais , como João Pedro Cabral de Melo Neto e Moacyr Gullar.
JOÃO GUIMARÃES ROSA
.Nascimento: 27 de junho de 1908, em MG Morte: 1967, morre com 59 anos
.Era: Médico, escritor, contista, poliglota, etc!
.Obras: Magma (1936), Sagarana (1946), Com o Vaqueiro Mariano (1947), Corpo de Baile (1956), Grande Sertão: Veredas (1956), Primeiras Estórias (1962), Campo Geral (1964), Noites do Sertão (1965), Tutaméia – Terceiras Estórias (1967), Estas Estórias (1969) (póstumo), Ave, Palavra (1970) (póstumo) .
.Estilo Literário: modernismo. Sua linguagem é comparada ao do estilo barroco.
- Sagarana - 1946 Saga (lenda) + rana (à semelhança de)
- Estilo Lieterário Pós-modernista ou neomodernista.
Guimarães Rosa transcede o estritamento regional e chega a uma dimensão metafísica e universal do homem. Embora apresentem os seus elementos tradicionais, os contos Rosa são portadores de "um sopro renovador". Desapareceram as fronteiras culturais, todos participam da mesma falsa unidade. Nossa sociedade poderia ser representada pela granja ou pela boiada da fazenda capitalista: todos são iguais, não por terem ganho mais direitos, mas por terem perdido algo de sua singularidade, de sua diferença.
Linguagem e características
- Neologismo
- Arcaísmo: termos que saíram do uso na língua usual. Os arcaísmos de Sagarana foram usados por Guimarães Rosa para fins estilísticos, com a intenção de estabelecer coerência entre forma e conteúdo. É um reflexo da linguagem popular, visto que a língua do interior, afastada do contato com a civilização, é estática, conservando muitos vocábulos do português arcaico.
- Erudismo (sabedoria): É o que ocorre sempre quando é o escritor que narra, quando não pretende registrar modismos regionais ou a linguagem popular.
- Metáfora
- Anacoluto: irregularidade gramatical na estrutura de uma frase, como se começássemos uma frase e houvesse uma mudança de rumo no pensamento. É frequente na oralidade. Dá a sensação de espontaneidade. É bastante usado por Guimarães Rosa para retratar a fala coloquial dos moradores do sertão. Ex: "Eu, também me parece que as leio, mas vou sempre dizendo que não".
- Silepse: concordância ideológica
- Musicalidade: rima, ritmo, aliteração (repetição de consoantes vogais ou sílabas numa frase)
- Onomatopéia
- Fabulação: narrativas, repletas de incidentes, contém às vezes mais de uma "estória" dentro da "estória". Esses casos secundários são postos em função do principal: têm a finalidade de comprovar ou preparar terreno para a história principal.
- Provérbios e quadras: evidencia um gosto bem popular: o gosto por ditados e provérbios, além das quadrinhas que harmonizam as noites sertanejas, sob um céu palpitante de luar e de estrelas que pululam encantadas dos sons gotejantes das melodias populares.
- Sintaxe Pontilhista: De um modo geral, as descrições de Guimarães são entrecortadas por frases curtas e rápidas, dando especial atenção à frase nominal.
- História Entrecortada: confere maior espontaneidade e autenticidade à oralidade que perpassa os seus casos.
- Reticências
-Tempo circular/ destino: tudo que vai, volta
- Regionalismo
- Misticismo/ espiritualidade

Simbolismo

Os temas são místicos, espirituais. Abusa-se da sinestesia, sensação produzida pela interpenetração de órgãos sensoriais: "cheiro doce" ou "grito vermelho", das aliterações (repetição de letras ou sílabas numa mesma oração: "Na messe que estremece") e das assonâncias, repetição fônica das vogais: repetição da vogal "e" no mesmo exemplo de aliteração, tornando os textos poéticos simbolistas profundamente musicais.O Simbolismo em Portugal liga-se às atividades das revistas Os Insubmissos e Boêmia Nova, fundadas por estudantes de Coimbra, entre eles Eugênio de Castro, que ao publicar um volume de versos intitulado Oaristos, instaurou essa nova estética em Portugal. O movimento simbolista durou aproximadamente até 1915, altura em que se iniciou o Modernismo.


Principais características:
-Subjetivismo
Os simbolistas terão maior interesse pelo particular e individual do que pela visão mais geral.
-Musicalidade
A musicalidade é uma das características mais destacadas da estética simbolista, segundo o ensinamento de um dos mestres do simbolismo francês,
-Transcendentalismo
Um dos princípios básicos dos simbolistas era sugerir através das palavras sem nomear objetivamente os elementos da realidade. Ênfase no imaginário e na fantasia.

segunda-feira, 16 de junho de 2008

Parnasianismo - a Poesia do Realismo

Benedicite
Bendito o que na terra o fogo fez, e o teto
E o que uniu à charrua o boi paciente e amigo;
E o que encontrou a enxada; e o que do chão abjeto,
Fez aos beijos do sol, o oiro brotar, do trigo;

E o que o ferro forjou; e o piedoso arquiteto
Que ideou, depois do berço e do lar, o jazigo;
E o que os fios urdiu e o que achou o alfabeto;
E o que deu uma esmola ao primeiro mendigo;

E o que soltou ao mar a quilha, e ao vento o pano,
E o que inventou o canto e o que criou a lira,
E o que domou o raio e o que alçou o aeroplano...

Mas bendito entre os mais o que no dó profundo,
Descobriu a Esperança, a divina mentira,
Dando ao homem o dom de suportar o mundo!
(Olavo Bilac)

A poesia parnasiana é uma espécie de reação contra o sentimentalismo da poesia romântica, embora ás vezes se abra para uma subjetividade moderada.
Recusa os temas vulgares e cotidianos, por isso percebe-se um pouco de alienação social no Parnasianismo (arte pela arte, esteticismo). Busca a perfeição formal: rimas, métrica impecável, vocabulário acadêmico, soneto, como no poema acima. É o tipo de poesia descritiva.

Naturalismo - Realismo Particularizado

Pode ser definido pelo cientificismo (razão - única forma de análise da sociedade); pelo determinismo (comportamento humano influenciado pela hereditariedade, pelo momento histórico e pelo meio em que vivia); pelo amoralismo (realidade dos fatos sem se preocupar em emitir juízos de valor) e; pelo patologismo (distorções do comportamento e da personalidade são seus assuntos preferidos). A natureza intacta e o homem distorcido (patologismo). O Naturalismo estuda o homem em constante mutação, como ondas instantâneas. Mas por traz dessa personalidade indeterminada há a característica natural dos seres - representada pela grande árvore.

"A árvore provém de um ancestral comum ao do homem/ A árvore é pura/ Logo o homem é puro."
Por isso, calma, você! Ainda existe a criança sem malícia por traz do adulto; o homem há de retornar à sua fonte primitiva.

Realismo

Ciranda da Bailarina - Oswaldo Montenegro
Procurando bem
Todo mundo tem pereba
Marca de bexiga ou vacina
E tem piriri, tem lombriga, tem ameba
Só a bailarina que não tem
E não tem coceira
Berruga nem frieira
Nem falta de maneira
Ela não tem
Futucando bem
Todo mundo tem piolho
Ou tem cheiro de creolina
Todo mundo tem um irmão meio zarolho
Só a bailarina que não tem
Nem unha encardida
Nem dente com comida
Nem casca de ferida
Ela não tem
Não livra ninguém
Todo mundo tem remela
Quando acorda às seis da matina
Teve escarlatina
Ou tem febre amarela
Só a bailarina que não tem
Medo de subir, gente
Medo de cair, gente
Medo de vertigem
Quem não tem
Confessando bem
Todo mundo faz pecado
Logo assim que a missa termina
Todo mundo tem um primeiro namorado
Só a bailarina que não tem
Sujo atrás da orelha
Bigode de groselha
Calcinha um pouco velha
Ela não tem
O padre também
Pode até ficar vermelho
Se o vento levanta a batina
Reparando bem, todo mundo tem pentelho
Só a bailarina que não tem
Sala sem mobília
Goteira na vasilha
Problema na família
Quem não tem
Procurando bem
Todo mundo tem pereba
Marca de bexiga ou vacina
E tem piriri, tem lombriga, tem ameba
Só a bailarina que não tem

Na música acima, o autor alterna-se entre o Realismo e o Romantismo - hora mostrando quem é o homem na sua forma mais pura, hora idealizando a perfeição que, claramente não existe na letra, já que, quando mostra características próprias da raça humana generaliza que todo mundo as têm. A Bailarina é apenas um símbolo utópico, uma "piada".

Auto-retrato, Auguste Courbet

Vê-se na pintura de Courbet, o despero do homem ao descobrir REALmente que ele é. Dica: ponha-se em frente a um espelho, olhe mais densamente e reflita! Você é o que pensa que é?

O Segredo dos Eus
Sem enganação. Ser realista não é ser honesto. Fala-se o que pensa, aponta-se os defeitos... Eu tenho e todo mundo têm. Alguma sugestão? Sou humano e necessito criticar! Nasço, vivo e morro na sujeira, por isso mesmo ainda tenho que ter um foco, uma idealização. Idealizo, de manhã, quando acordo, minha Bailarina. Me comparo à ela, como é linda! É um sonho que vem da caixa de música, onde ela vive intacta. Ainda não consigo tocá-la. E só quero tocá-la, empurro e bato em imitações que a invejam. Como me cansam e me seguem! Fazem parte de mim.. e tanto! Mas ainda não a conhecem ou acham que não. Poucos a vêem. É difícil de se acostumar com a criança valsando na roda, que ao fim da noite é buscada junto a seu colo pelos que choram, inconsolavelmente. Eu sei onde encontrá-la, mas preciso derrotar algumas etapas. Quem chega à pureza não o fez, durante uma eternidade, facilmente, e não espero sê-lo diferente, afinal, há tantas violetas velhas sem um colibri...
Enfim, a vida passa num instante e este é muito pouco pra sonhar. Sou a mais pura carne atrante, buscando o não-verme pra me devorar. Ó, minha Bailarina, ajuda-me a me aperfeiçoar! Quero sonhos realizados, mas reais, sem medo! Quero tapar meus ouvidos pra esse mundo mas só ouvir à música ao longe, mesmo que triste. Não sou honesto, quero liberdade e poder mostrar que parte de mim é o que penso e a outra é o que calo! Quero mostrar que sou fraco! Quero um carinho materno! Eu quero, quero, como eu quero! Talvez esse seja meu problema como pessoa, querer é destruir. E eu sou homem e destruo! Tenho como base punhais, de lâminas curtas e traiçoeiras. Relembro-me da minha Bailarina à noite, sei e sinto que ela é um sonho e preciso ser forte ( no fundo sei que ela existe ). Comparo-me à ela, sou tão humano...

Por Fadinha Filó

sexta-feira, 13 de junho de 2008

Oswaldo Montenegro.. (graaaande!)

Depois de muito tempo sem postar, tomei atitude e vim. Afinal, sem ela sou o que?!

Bom, vou começar contando de um grande show que eu fui, afinal-2 escrevo num blog e não posso deixar de exercer seu objetivo - relatar pensamentos e acontecimentos do cotidiano particulares. Posto isso, porque afinal-3, é mais confortável, digamos que seja um empurrão pra's próximas postagens que interessam à minha professora linda! (=p)
Fui pra São Paulo no dia 31 de maio, mas antes vi Zé Ramalho e senti na pele AQUELA voz. Agora era a vez do Sr. Montenegro. E vi bem de perto um anjo, de barbas e cabelos brancos... e milhões de luzes! Parece fantasioso, mas foi lindo, realmente!

Compositor, autor de musicais, nasceu em 15 de março de 1956, no Grajaú, Rio de Janeiro. Mudou-se para Minas Gerais aos 7 anos onde tal espírito seresteiro influenciou toda sua vida. À noite, pulava a janela de casa para acompanhar amigos de seu pai em serestas noturnas para namoradas. Apaixonado por essa música tão viva e presente em seu dia a dia começou a estudar violão com um desses seresteiros e compôs sua primeira canção, "Lenheiro". Destino certeiro!

Algumas fotos do show...






Eu e minha mãe (maravilhaaaadas)
Algumas das milhões de maravilhas dele... Só pra vocês terem uma noção, conhecerem (melhor) e verem o que acham de um dos maiores cantores da Música Brasileira.





quinta-feira, 24 de abril de 2008

Carlos Drummond de Andrade

Escritor mineiro da 2ª geração do modernismo, viveu entre 1902 e 1987. É dono das grandes poesias, contos, crônicas da literatura brasileira. Sua obra tematiza a vida e os acontecimentos do mundo a partir dos problemas pessoais, em versos que focalizam o indivíduo, a terra natal, a família e os amigos; os embates sociais, o questionamento da existência, e a própria poesia.
Costuma-se estabelecer a poesia de Drummond a partir da dialética “eu x mundo”, desdobrando-se em três atitudes:
Eu maior que o mundo – marcada pela poesia irônica
Eu menor que o mundo – marcada pela poesia social
Eu igual ao mundo – abrange a poesia metafísica

“ (...) Ah, por que tocar em cordilheiras e oceanos!
Sou tão pequeno (sou apenas um homem)
E verdadeiramente só conheço minha terra natal,
Dois ou três bois, o caminho da roça,
Alguns versos que li há tempos, alguns rostos que contemplei.
Nada conto do ar e da água, do mineral e da folha,
Ignoro profundamente a natureza humana
E acho que não devia falar nessas coisas. (...) ”
(AMÉRICA)

O poeta claramente expressa sua revolta social em suas obras e, não deixa de fugir disso no poema a cima. O homem, menor que o mundo, fazendo papel de “paciente” ou um simples figurante na vida das vidas do mundo, limita-se à sua humilde função tradicional: agir de acordo com o que é apenas necessário, às vezes se dá um simples acaso. Esse homem não “perde tempo” ( no seu ponto de vista ) descobrindo coisas que, não passarão além da imaginação... ou...


E agora José



"(...) Já não te revoltas
e nem te lamentas
tampouco procuras
solução benigna
de cristo ou arsênico
sem nenhum apoio
no chão ou no espaço,
roídos os livros,
cortadas as pontes,
furados os olhos,
a língua enrolada,
os dedos sem tato,
a mente sem ordem,
sem qualquer motivo
de qualquer ação,
tu vives: apenas,
sem saber porque,
como, para que,
tu vives: cadáver,
malogro, tu vives,
rotina, tu vives
tu vives, mas triste
duma tal tristeza
tão sem água ou carme
tão ausente, vago
que pegar quisera
na mão e dizer-te:
amigo, não sabes
que existe amanhã?
(...)"
(UM HORA E MAIS OUTRA)

A Rosa do Povo

A Rosa do Povo é um livro de poemas de autoria de Carlos Drummond de Andrade escrito entre 1943 e 1945. Abrange a sociedade, reflexão existencial, o passado, o cotidiano e a própria poesia.

"Até hoje perplexo
ante o que murchou
e não eram pétalas.
De como este banco
não reteve forma,
cor ou lembrança.
Nem esta árvore
balança o galho
que balançava.
Tudo foi breve
e definitivo.
Eis está gravado
não no ar, em mim,
que por minha vez
escrevo, dissipo."
(ONTEM)

É a história da pessoa. Lembranças gravadas, cada uma de uma forma pra cada ser. E passam. Relativamente caem as folhas e as vidas, é essa a impressão e o tempo.

“(...) Que as palavras brotassem em mim, formigas no tronco,
Moscas no ar; viessem para fora em caracteres ásperos,
Crescessem, casas e exércitos, e te esmagassem.
Homenzinho porco, vilão amarelo e cardíaco! (...)”


terça-feira, 1 de abril de 2008

E o Vento Levou



Assiti na madrugada de domingo, junto à minha mãe, o 4° maior filme da história! É muita ousadia minha tentar comentar E o Vento Levou, mas é que fiquei tão influenciada por ele que não posso deixar isso passar em branco. Não quero deixar. É obrigatório assistir a um clássico como esse, na minha opinião.
Filmado em 1939, conta a história romântica entre uma determinada e destemida moça de uma nobre família, a famosa Scarlett O’Hara, e um cínico aventureiro, Rhett Buttler. Acontece durante a Guerra Civil Estadunidense, quando fortunas e famílias foram destruídas. Com Clark Gable, Vivien Leigh e Olivia de Havilland no elenco. Vencedor de 10 Oscars.
Tudo no filme me impressiona: a atuação dos protagonistas, a coragem de Scarlett, única perante às outras mulheres ( desmotivadas na época ). Me identifico com ela e é admirável! O modo tão singular de tratamento de Buttler, o ambiente do filme, sua qualidade ( já que é gravado na década de 30 ) fazem do clássico merecedor de tantos elogios. É tudo muito forte! E quando um filme consegue nos passar tanta emoção, sem dúvida merece ser valorizado.



Famosa cena em que os protagonistas se beijam diante de uma paisagem em chamas, cidades e fazendas incendiadas durante a guerra.

Aula 3 - Romantismo

(do final do século XVIII até grande parte do XIX)
Forma mais acessível de manifestação literária; o teatro ganha novo impulso, abandonando as formas clássicas. Com a formação dos primeiros cursos universitários em 1827 e com o liberalismo burguês, dois novos elementos da sociedade brasileira representam um mercado consumidor a ser atingido: o estudante e mulher. Com a vinda da família real, a imprensa passa a existir no Brasil e, com ela, os folhetins, que desempenharam importante papel no desenvolvimento no romance romântico.
De acordo com o tema principal, os romances românticos no Brasil podem ser classificados como:
Romance indianista: O índio era o foco da literatura, pois era considerado uma autêntica expressão da nacionalidade, e era altamente idealizado. Como um símbolo da pureza e da inocência, representava o homem não corrompido pela sociedade, o não capitalista, além de assemelhar-se aos heróis medievais, fortes e éticos.
Romance urbano: Os temas desenvolvidos tratam da vida na capital e relatam as particularidades da vida cotidiana da burguesia, cujos membros se identificavam com os personagens. Os romances faziam sempre uma crítica à sociedade através de situações corriqueiras, como o casamento por interesse ou a ascensão social a qualquer preço.
Romance regionalista: Propunha uma construção de texto que valorizasse as diferenças étnicas, lingüísticas, sociais e culturais que afastavam o povo brasileiro da Europa, e caracterizava-os como uma nação. A preferência dos autores era por regiões afastadas de centros urbanos, pois estes estavam sempre em contato com a Europa, além de o espaço físico afetar suas condições de vida.

Principais autores: Joaquim Manuel de Macedo, Gonçalves Dias, José de Alencar, Manuel Antônio de Almeida, Bernardo Guimarães, Álvares de Azevedo, Casimiro de Abreu.

Principais Características:
- NACIONALISMO: exaltação da natureza da pátria, retorno ao passado histórico e criação do herói nacional, no caso brasileiro, o índio.
- SENTIMENTALISMO: a valorização das emoções pessoais: é o mundo interior que conta, o subjetivismo . A constante valorização do eu gera o egocentrismo. Surge um choque da realidade e o seu mundo. A derrota do eu leva a um estado de frustração e tédio. Daí as fugas da realidade : o álcool, o ópio, os prostíbulos, a saudade da infância, a idealização da sociedade, do amor e da mulher, logo, a morte.
- VERSO LIVRE: sem métrica
- VERSO BRANCO: sem rima

1º Geração (Nacionalista–indianista)
- NACIONALISMO
-INDIANISMO
-SUBJETIVISMO
-RELIGIOSIDADE
-BRASILEIRISMO (LINGUAGEM)
2º Geração (Mal do século) – Ultra-romantismo
Abordar temas obscuros como a morte, amores impossíveis e a escuridão.
-PROFUNDO SUBJETIVISMO
-EGOCENTRISMO
-INDIVIDUALISMO
-EVASÃO NA MORTE
-PESSIMISMO
-IDEALIZAÇÃO DA MULHER
-SOFRIMENTO
-SATANISMO
-FUGA DA REALIDADE
3º Geração (Condoreira)
-LINGUAGEM DECLAMATÓRIA E COM FIGURAS DE LINGUAGEM
-SENTIMENTO SOCIAL LIBERAL E ABOLICIONISTA

O Mal do Século


"Ergui os cabelos da mulher, levantei-lhe a cabeça... Era Neuza, mas Neuza Cadáver, já desbotada pela podridão. Não era aquela estátua alvíssima, as faces macias e colo de neve... Era um corpo amarelo... Levantei uma ponta da capa do outro - o corpo caiu de bruços com a cabeça para baixo - ressoou no pavimento o estalo do crânio... Era o velho - morto também e roxo e apodrecido: eu o vi - da boca lhe corria uma escuma esverdeada." - Trecho do livro Noite na Taverna do primeiro grande autor melancólico do Brasil: Álvares de Azevedo.

O Primeiro Romance Brasileiro: A Moreninha

Escrito por Joaquim Manuel de Macedo, foi publicado em 1844. Foi o primeiro romance-romântico brasileiro com inovações na forma e na temática, trazendo à luz o primeiro mito sentimental brasileiro, o da menina morena e brincalhona. Desbancando as loiras e pálidas européias, essa menina bem brasileira criou uma forte identificação com o público e teve uma ótima recepção crítica na época de sua primeira publicação.
O clímax do romance ocorre quando D.Carolina (a Moreninha) revela a Augusto ( ]par romântico da protagonista), ao deixar cair um breve contendo um camafeu, que é a mulher a quem ele tinha prometido se casar na sua infância, no final do Capítulo XXXIII:
“A menina, com efeito, entregou o breve ao estudante, que começou a descosê-Lo precipitadamente. Aquela relíquia, que se dizia milagrosa, era sua última esperança; e, semelhante ao náufrago que no derradeiro extremo se agarra à mais leve tábua, ele se abraçava com ela. Sé faltava a derradeira capa do breve.., ei-la que cede e se descose alta uma pedra... e Augusto, entusiasmado e como delirante, cai aos pés de d. Carolina, exclamandO:
- O meu camafeu! O meu camafeu!...”